Nem sempre é aconselhável activar o instinto de sobrevivência. Na praia, por exemplo, quando apanhas conchas partidas, tens que desligar este dispositivo – aqui, talvez, a principal razão de se ter proibido o esquizofrénico de se aproximar da beira-mar. Por outro lado, no hospital, é necessário estares alerta desde que dás entrada no bloco operatório. A luta pela sobrevivência depende da localização do teu corpo no espaço. Aquilo que afirmo é percebido se fizermos esta previsão: quantas pessoas tentam sobreviver numa praia em comparação com as que tentam sobreviver no hospital? Temos de estar preparados para morrer mais em determinados lugares do que noutros. Morre-se mais no hospital que numa praia, isto é um facto, mas também se sobrevive mais à morte num hospital do que numa praia, e isto também é um facto.
autor: rui almeida paiva
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