segunda-feira, 20 de abril de 2009

trigésima tentativa para chegar ao mesmo sítio

Contaram-me, um dia destes, que se pode perder o cabelo todo no exacto momento em que se perde o amor da nossa vida. Como poderá isso ser possível? perguntei eu. Morre-se de um momento para o outro, isso é um facto comprovado, mas não nos cai o cabelo como nos cai um dente; isso de cair tudo de uma só vez é impossível!
No presente, as razões de alguém ter proferido tal ideia são-me claras e límpidas: o amor, tal como o cabelo, não desaparece como se este fosse borboleta no meio de um temporal. O amor, tal como o cabelo, é algo que vai abrindo, aos poucos, espaço ao couro cabeludo; aos poucos, aos poucos, até ficar um vazio lá bem no cimo da tua nuca.


autor: rui almeida paiva

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